PRA NÃO ESQUECER!: a resistência brasileira contada em ilustrações
Publicada em 26/07/2023
“Uma ferramenta de transformação, reflexão, que nos aponta caminhos.” Assim o cartunista Dum descreveu a exposição Pra não esquecer!: o governo Bolsonaro em charges. Parte da programação do 34º Inverno Cultural, a mostra fica em cartaz no saguão da Reitoria (Campus Santo Antônio) até o dia 30 de julho, de segunda à sexta, de 7h às 22h. Venha ver!
A Â鶹ÊÓƵ tem a honra de expor 104 obras dos artistas ligados à CartuMinas: Alves, Amorim, André Fidusi, Aroeira, Arte Villar, Baptistão, Benett, Brum, Bruno Lanza, Carol Cospe-Fogo, Cau Gomez, Céllus, Cláudia Kfouri, Dahmer, Duke, Dum, Fernandes, Genin, Gilmar, Guto Respi, Iotti, Jota Camelo, Jean Galvão, Laerte, Laz, Lor, Lute, Melado, Nando Motta, Nani (in memoriam), Nelson Cruz, Nilson, Quinho, Ricardo Coimbra, Rico, Rômulo Garcias e Valf.
As charges abordam uma série de pautas centrais na política ao longo dos últimos quatro anos: vacina, covid-19, questões ligadas aos direitos dos povos originários, das minorias sociais, ataques ao meio ambiente e corrupção. Embora sejam tópicos extensos e profundos, o poder de síntese das charges dá nova roupagem à informação. A leitura dos cartunistas oferece maneiras de se comunicar de forma ampla, rápida e interessante sobre urgências sociais.
Na abertura da exposição, no começo deste mês, o reitor Marcelo Andrade deixou claro que o Pra não esquecer! tem lugar na Â鶹ÊÓƵ. “É fazer valer o que é a Universidade, a liberdade de expressão, a crítica a um período tão difícil que passamos, que é para nunca esquecer e nunca mais voltar mesmo.”
Os cartunistas Lute e Dum vieram de Belo Horizonte para a inauguração, e foram recebidos também pelo ilustrador Guto Respi, que retornava à sua terra natal com as boas lembranças de sua ligação especial com o Inverno Cultural. “Nesses corredores aqui, quando eu era criança, participava de oficinas de desenho. É muito emocionante reencontrar todo mundo e trazer essa turma de cartunistas bacanas que conseguimos juntar.”
Carol Cospe-Fogo vive
Uma das artistas que fazem parte da exposição é Carol Cospe-Fogo, cuja memória é reverenciada: Num dos painéis centrais da montagem, um texto delicado de despedida – dois dias antes da estreia na Â鶹ÊÓƵ, ela partiu, levada por uma parada cardíaca agravada pelas complicações decorrentes de um quadro de diabetes.
Lute relembrou como Carol sempre foi, com sua arte, resistência e resiliência, a bordo de um talento incontestável. “Uma superchargista, uma mulher excepcional, eu acho que essa exposição é muito do que ela pensava.”