Â鶹ÊÓƵ

Preserve o Patrimônio Histórico: transforme a memória em futuro

Publicada em 15/08/2024

O dia 17 de agosto é dedicado à celebração do Dia Nacional do Patrimônio Histórico. A data homenageia o nascimento do jornalista mineiro Rodrigo Melo Franco de Andrade, pioneiro na formulação e implementação da política pública de reconhecimento da diversidade cultural em nosso país. 

Rodrigo foi o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil e o primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).  A instituição é responsável por preservar não somente os bens que entraram para a lista da Unesco, como também outros edifícios, centros urbanos e sítios arqueológicos importantes para a história do país.

Para conscientizar toda a comunidade sobre a importância de manter nossos bens materiais e imateriais preservados, a Â鶹ÊÓƵ criou, em suas redes sociais, a campanha “Preserve o Patrimônio". Os participantes enviaram fotos afetivas, retratando os patrimônios materiais ou imateriais de Minas Gerais, mantendo assim, a esperança de que no presente e no futuro, a nossa história e os nossos valores permaneçam reconhecidos por muitas gerações. 

O que é patrimônio?

O conjunto arquitetônico, principalmente das cidades históricas de Minas, repletas de igrejas e casarões antigos tombados, junto com museus históricos e seus acervos, constituem nossos patrimônios materiais. Mas também temos um rico patrimônio imaterial registrado. São manifestações artísticas, celebrações, saberes, ofícios e modos de fazer e, assim como monumentos históricos. Esses registros são realizados pelo IPHAN e pelo Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico).

O patrimônio histórico possui grande valor social devido à sua enorme capacidade de preservar a memória e a identidade cultural de um povo, mantendo viva a sua história.

Um bem cultural pode receber de acordo com o nível da importância de sua conservação para a sociedade, o título de patrimônio cultural municipal, estadual, nacional e até mesmo mundial, se tornando então patrimônio cultural da humanidade.

Como exemplos de patrimônio cultural podemos citar obras de arte, conjuntos arquitetônicos, sítios arqueológicos, assim como festividades, crenças populares, culinária, ofícios e seus modos de fazer, saberes e celebrações religiosas.

O patrimônio cultural de Minas Gerais

Além de reunir o maior número de sítios históricos preservados do país, nosso estado tem a maior seleção de bens imateriais inscritos no Livro dos Saberes, criado pelo IPHAN para receber os registros de bens que reúnem conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades. Em todo o estado de Minas Gerais, são quase seis mil bens culturais reconhecidos, tanto de natureza material quanto imaterial. Além de São João del-Rei temos as também famosas cidades históricas tombadas como Tiradentes, Congonhas, Ouro Preto, Mariana e Diamantina.

Minas Gerais é o segundo estado brasileiro com mais bens culturais materiais tombados pelo IPHAN, com uma porcentagem de 17% em relação ao restante do país.

Já em relação ao patrimônio cultural imaterial, Minas possui dois dos treze bens nacionais tombados pelo IPHAN, sendo eles o ofício de sineiro e a produção de queijo artesanal da região do Serro e da Canastra. 

Entre outros bens imateriais estão a Capoeira, o Jongo e as Folias de Reis, o Congado, a festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, a Comunidade dos Arturos e os Saberes, Linguagens e Expressões Musicais da Viola. Na região do Campo das Vertentes, o artesanato têxtil de Resende Costa e os biscoitos de São Tiago. Em 2023, a cozinha mineira foi declarada patrimônio cultural imaterial de Minas Gerais.

O Patrimônio e a Â鶹ÊÓƵ  

De acordo com a professora e pesquisadora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Luzia dos Santos Abreu, a Universidade Federal de São João del Rei, desde a sua criação, está alocada em antigos monumentos arquitetônicos que se destacam no conjunto arquitetônico e da  paisagem de São João del Rei, cidade Tombada pelo Instituto do Patrimônio histórico e  Artístico Nacional – IPHAN, em 1938, sendo a primeira a ser inscrita no Livro Tombo de  Belas Arte, livro de registro dos bens tombados pelo Instituto. 

“Hoje, a nossa Universidade é guardiã de vários monumentos arquitetônicos que  representam cada tempo da história da cidade, que são, da mesma forma, valiosos para  a história e a memória da cidade de São João del Rei, do estado de Minas Gerais e para  o nosso país”, comenta Luzia.  

A Â鶹ÊÓƵ está presente em cinco municípios de Minas Gerais, e os seus cursos estão distribuídos em seis unidades, sendo alguns deles considerados prédios do patrimônio arquitetônico mineiro. 

Na cidade de São João del Rei, a Universidade possui três campi e três prédios inseridos dentro do espaço urbano central, “todos portadores de valores significativos tanto pela sua história, pelo seu valor de memória e pelo valor estético e cultural”, explica a pesquisadora.

São eles, o Campus Santo Antônio, que está localizado no entorno da Igreja de São Francisco de Assis, um dos monumentos arquitetônicos mais importantes do patrimônio nacional, o Campus Dom Bosco e o Campus Tancredo  de Almeida Neves (CTAN). 

Além dos três Campus, a Universidade possui quatro prédios de grande valor  patrimonial para a comunidade de São João del Rei. Obras de arquitetura importantes  para a história da cidade, como monumento arquitetônico e como elementos  fundamentais da configuração da paisagem.  São eles: o Fortim dos Emboabas, localizado no bairro Alto das Mercês, o Solar da  Baronesa – Centro Cultural da Â鶹ÊÓƵ, localizado no Largo da Igreja do Carmo e o Centro de Referência Musicológica José Maria Neves (CEREM), localizado na Rua Marechal Bitencourt, mais conhecida como Rua da Cachaça e a Fazenda experimental de Ciências Agrárias. “Todas essas propriedades fazem  parte do núcleo central da cidade e são elementos fundamentais para a configuração da  paisagem local”, complementa Luzia.  

A professora explicita ainda, que a paisagem de São João del Rei é marcada, além das características geográficas de sua implantação, por grandes monumentos religiosos como as Igrejas Barrocas e pela significativa arquitetura que traz características dos seus trezentos anos de história. “Entre essas obras de arquitetura estão os grandes e antigos Colégios construídos pelas ordens religiosas, que hoje, muitos deles, pertencem a Â鶹ÊÓƵ. Todos os campi e todos os edifícios que estão sob a guarda da Â鶹ÊÓƵ, são considerados edifícios com valor  histórico e artístico para a cidade, para o estado de Minas Gerais, e são junto aos  monumentos religiosos, pontos estruturadores e referenciais do espaço urbano.”