Encontro marca momento histórico da ·¡³æ³Ù±ð²Ô²õão
Publicada em 21/06/2021
A Extensão da Â鶹ÊÓƵ vive um momento histórico, com sua inserção curricular regulamentada pela . Nada mais propício do que reunir, no Seminário Extensão e Encontros, que aconteceu entre 25 e 27 de maio, os pró-reitores e vice-diretores que dela estiveram cuidando ao longo da história da Universidade.
E assim aconteceu! O segundo dia do evento marcou um encontro on-line que simboliza cada passo da trajetória extensionista da Federal de São João del-Rei. Estiveram presentes os vice-diretores de Recursos Humanos e Assuntos Comunitários Rômulo Viegas, Guilherme Jorge de Rezende, Maria ngela Resende e Valéria Kemp, que também foi pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, assim como os demais convidados: Alberto Tibaji, Marcos Vieira, Paulo Henrique Caetano e Ivan Vasconcelos. O atual pró-reitor, Chico Brinatti, foi o mediador. O vice-diretor entre 1994 e 1998, Marcos Sávio de Souza, não pode participar.
Cada um dos presentes contou uma parte desse rico percurso que, hoje, resulta na inserção da extensão nos currículos. Como bem definiu o reitor Marcelo Andrade, “são professores e professoras que, cada um a seu tempo na história da Â鶹ÊÓƵ, contribuíram com a Extensão, um dos pilares de sustentação da Universidade.” O reitor registrou o reconhecimento a todos aqueles que, nos momentos mais incertos, “lutaram para que nós pudéssemos ter hoje a nossa Â鶹ÊÓƵ.”
Pioneirismo e ação
Rômulo Viegas, vice-diretor de Recursos Humanos e Assuntos Comunitários entre 1987 e 1988, voltou aos tempos de nascimento da Funrei: “Todo mundo querendo trabalhar, produzir, e surge então a necessidade de se aproximar a Funrei da comunidade. Era um trabalho novo para todos, até então nós não ouvíamos falar do tripé ensino, pesquisa e extensão, muito menos ainda de extensão.” Rômulo lembra que a cidade vivia um momento educacional histórico. E foi nesse contexto que, segundo ele, fizeram “um trabalho de porta em porta, de conversas pessoais, olho no olho, mostrando a importância dessa relação do meio acadêmico com a comunidade.”
Guilherme Jorge de Rezende, que viveu a extensão como vice-diretor entre 1988-1994, destaca a realização da primeira edição do Inverno Cultural pela Â鶹ÊÓƵ, em 1988. Guilherme apresentou, no encontro, uma relíquia: o primeiro folder do evento. “Uma verdadeira proeza para a época levar adiante um evento desse.” Cita, por exemplo, que o terceiro Inverno veio logo após o congelamento do orçamento da Universidade e extinção de órgãos de Cultura. O festival foi levado no espírito “tá sem dinheiro, mas vamos atrás.” Guilherme destaca, também, a criação da Oficina Escola de Lutheria, para formar profissionais de restauro e construção de violão e outros instrumentos de cordas; e, ainda, projetos da área da Psicologia, Educação, Economia e parcerias com escolas públicas e associações diversas.
A experiência de Maria ngela Resende como vice-diretora vai de 1998 a 2000. Nesse período, nasceu o Centro Cultural, que se tornou referência. “Foi uma alegria muito grande a inauguração”, relembra. “Diante da atuação em tantas áreas, de projetos que envolviam o ensino fundamental e médio, percebemos a necessidade de implantar uma comissão de extensão, em que cada departamento pudesse indicar professores de áreas distintas, para que a gente pudesse abrir um leque de projetos de extensão, que fossem enviados para essa comissão, analisados e colocados em ação”, detalha. “A gente fazia reuniões mensais, em que essa comissão avaliava projetos e demandas da sociedade. Reuniões com as associações de bairros, por exemplo, como a do São Dimas.”
Consolidação e expansão
Primeiramente vice-diretora e, em seguida, pró-reitora (2001-2004) da recém-criada Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex), Valéria Kemp, quando voltou do doutorado, viu a oportunidade de implantar ações que aproximassem a instituição dos trabalhadores, formais e informais. Uma dessas ações, o Projeto Catadores, envolveu a participação de vários cursos. “Os alunos que participaram saíram da comodidade de sua classe social e foram se encontrar com pessoas que estavam completamente fora do mercado de trabalho, malvistos pela sociedade.” Os catadores se tornaram agentes ambientais, iam para escolas fazer palestras, sensibilizando alunos a separarem o lixo. No processo de consolidação da extensão na Â鶹ÊÓƵ, Valéria reforça que “a gente tem passado o bastão um para o outro, nessas várias pró-reitorias de extensão e vice-diretorias, e cada um tem avançado um pouco mais, por isso a importância de resgatar essa memória.”
Alberto Tibaji, pró-reitor entre 2004 e 2008, relembra que a Semana de Extensão (Semex) havia sido criada em 2002 e, em sua gestão, pode se firmar. “Houve um aumento da quantidade e valor das bolsas e, consequentemente, da quantidade de trabalhos apresentados na Semex.” Assim como na iniciação científica, os destaques eram premiados e os melhores trabalhos encaminhados ao Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU). Tibaji enfatiza, também, as modificações no Inverno Cultural, que passou a homenagear personalidades - o primeiro deles, Otto Lara Resende - e até mesmo cidades, como São João del-Rei, escolhida, à época, Capital Brasileira da Cultura.
Marcos Vieira, pró-reitor de 2008 a 2012, gosta de inverter a ordem do tripé ensino, pesquisa e extensão. Para ele, o ensino tinha que ser resultado dos trabalhos de extensão e das pesquisas. “Extensão não era colocar o saber da Universidade a serviço da comunidade, mas trabalhar a perspectiva de transformar as condições adversas que essa população vivia, buscando desenvolver pesquisas e avançar com o ensino. Considero que sou um pesquisador que veio da extensão.”
Vocação e excelência
A gestão seguinte da Proex ficou a cargo do professor Paulo Henrique Caetano, entre 2012 e 2016. Quando chegou a São João del-Rei, como docente do recém-criado curso de Comunicação, já veio “apaixonado pela cidade, por essa atmosfera, e sempre tive essa análise, de que a Â鶹ÊÓƵ é uma universidade vocacionada para a extensão.” Elo fundamental, a atividade extensionista acomodava as diversas áreas que estavam se organizando, se encontrando, num momento em que a instituição crescia. Com o crescimento, um desafio foi organizá-la nas quatro regiões para as quais a Â鶹ÊÓƵ se expandia. Naquela época, surge a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, que absorve parte dos trabalhos da Proex. Novos setores surgem na Pró-Reitoria de Extensão, como o Setor de Inclusão e Acessibilidade (Sinac) e setores especializados em culturas.
Ivan Vasconcelos, pró-reitor de 2016 a 2020, enfatiza as adversidades enfrentadas pelos cortes de orçamento das universidades. “Nosso objetivo foi oferecer tranquilidade e segurança para a comunidade extensionista atuar, reorganizar a casa para começar a induzir a formação de programas multidisciplinares mais estruturantes e preparar o terreno para esse momento, da inserção curricular da extensão. Quando o MEC nos coloca o desafio de inserir extensão nos currículos, a Â鶹ÊÓƵ já tinha iniciado essa discussão, ainda na gestão do Paulo Caetano, e havia uma proposta de normativa estruturada em debate.”
O bastão ao qual se referiu Valéria Kemp agora está com Chico Brinati. Atual pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, reconhece que o Seminário resgata o histórico da relação da Â鶹ÊÓƵ com a comunidade externa, valoriza a história da Extensão da Â鶹ÊÓƵ e homenageia “quem trabalhou para que esta alcançasse a excelência que tem hoje”, afirma Chico.