Apoio psicológico a servidores: "estamos aqui para escutar e acolher"
Publicada em 29/09/2021
Pode ser que você, servidor da Â鶹ÊÓƵ, já tenha se perguntado alguma vez: quais os caminhos institucionais para acolhimento em caso de sofrimento mental? Existe algum atendimento destinado aos servidores? E se eu me sentir angustiado? E se isso levar a ideações suicidas? A quem devo recorrer?
Quem responde a essas e a muitas outras perguntas é o psicólogo do trabalho da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progp/Didep), Ráfel Maciel. Ele apresenta uma série de orientações sobre o atendimento psicológico a servidores da Â鶹ÊÓƵ.
Sigilo, acolhimento e escuta não punitiva são fatores predominantes no atendimento psicoterápico realizado pelo Setor de Apoio ao Servidor (Seaps). A psicoterapia envolve questões do trabalho, mas as questões pessoais também são abordadas.
Ráfel acredita que verbalizar ainda é a melhor solução para evitar qualquer adoecimento mental. E, por isso, encoraja a todos: “Não tenha vergonha, não fique com dúvidas. Se você estiver se sentindo deprimido, angustiado ou com pensamento suicida repetitivo, nos procure.”
Para o psicólogo, há um mito a ser combatido, no qual muitos acreditam – pensar que não há o que ser feito para evitar que a pessoa cometa o suicídio. Ráfel afirma que aquela ideia de que, se a pessoa quiser tirar a vida, ela irá realizá-la em algum momento, é um pensamento equivocado, pois o processo suicida é silencioso, cumulativo e progressivo. “Estudos mostram que, para cada suicídio realizado, a pessoa teve, anteriormente, em média, oito tentativas. Esse dado nos ajuda a pensar que temos tempo e possibilidade de auxiliar, escutar e acolher. Precisamos empoderar e sensibilizar quem estiver por perto”, afirma.
O trabalho psicoterápico realizado na Â鶹ÊÓƵ não é apenas curativo, de tratamento e remediação, mas também preventivo, reforça Ráfel. Não deve ser um tratamento imposto, mas um desejo do servidor. “A Psicologia não serve só para quem está com diagnóstico de saúde mental grave. Nenhuma angústia é menos importante que a outra. Uma situação que parece leve, se não tratada, pode virar uma avalanche. Estamos aqui para ajudar a todos os servidores”, conclui.
Para quem é ofertado?
O atendimento se destina principalmente a servidores da carreira docente e técnica da Universidade, de todos os campi. Se for o caso, eventualmente, será estendido para familiares do servidor que estejam envolvidos em sua demanda.
Como funciona o atendimento?
Baseado na metodologia e nas técnicas de Psicoterapia Breve Psicanalítica e também na Psicodinâmica do Trabalho. As sessões semanais ou quinzenais terão duração de até 50 minutos, o tempo total de atendimento variando, a depender das características do caso clínico.
Onde acontece?
Em função da pandemia, a maioria dos atendimentos estão sendo realizados de forma on-line. Em alguns casos que se justifiquem, no qual ambos entendam que o contato presencial seja fundamental para o tratamento, poderá ser presencial, sob as condições de segurança dos protocolos da covid-19. Os atendimentos presenciais acontecem em São João del-Rei, no Campus Santo Antônio. A agenda cobre todos os dias da semana, das 14h às 18h, as marcações exclusivamente por e-mail: rafel@ufsj.edu.br.
Quem oferecerá o serviço?
O profissional responsável é o psicólogo Ráfel Maciel. Graduado em Psicologia pela PUC-MG, com ênfase em Organizacional e do Trabalho, tem especialização em Saúde Mental e Trabalho e formação em Psicossomática pela Faculdade de Medicina da UFMG. Traz experiência profissional da Gerência de RH da Cemig, da Federal do Triângulo Mineiro, de clínicas particulares em Belo Horizonte.
Quais os objetivos do atendimento?
Orientar, tratar e dar encaminhamentos a servidores que queiram aumentar seu nível de saúde mental e qualidade de vida por meio dos conhecimentos e técnicas da Psicologia. O principal objetivo é cuidar de questões emocionais e psicológicas que possam estar influindo no trabalho do servidor na Universidade. A procura pelo serviço de Psicologia pode ser por sugestão da chefia imediata, por demanda espontânea do próprio servidor ou por sugestão do psicólogo.
O que esperar do profissional de Psicologia?
Empatia, profissionalismo, comprometimento e, sobretudo, uma escuta que seja neutra, amoral e imparcial, a fim de auxiliar o próprio servidor a encontrar soluções para suas dificuldades. Sigilo profissional: informações socioprofissionais detalhadas do servidor não serão repassadas para colegas, subordinados ou superiores. Os únicos profissionais que poderão eventualmente saber de informações gerais do caso (para melhor atender ao servidor) são o médico do trabalho, a enfermeira e as assistentes sociais, além de profissionais de saúde externos, que acompanhem o tratamento do servidor (por exemplo, psiquiatra). A quebra parcial do sigilo (para a família, por exemplo) acontecerá em casos em que o servidor esteja se colocando em risco e não tenha consciência, caso da tentativa ou ideação de suicídio grave.
O que esperar do servidor?
Comprometimento, empatia, disposição para trabalhar aspectos psicológicos, assiduidade e, principalmente, capacidade de investir em mudanças comportamentais que melhorem sua saúde mental.
Outras informações
#O trabalho não tem caráter pericial e não serão fornecidos atestados psicológicos para fins de afastamento para tratamento.
#Apesar de ter conhecimentos de Psicofarmacologia, psicólogos não prescrevem remédios psiquiátricos.