Â鶹ÊÓƵ

1 - 100 dias de Trabalho Â鶹ÊÓƵ: Proen - construindo coletivamente um novo presente

 
Em um tempo no qual o distanciamento se tornou palavra de ordem, a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proen) propôs, nos últimos 100 dias, reunir, ouvir e dialogar com a comunidade universitária, nas cidades em que a Â鶹ÊÓƵ atua. A pró-reitora Elisa Tuler de Albergaria, e o pró-reitor adjunto, Vicente de Paula Leão, transformaram o isolamento social em oportunidade de aproximação, mesmo que virtual, com os servidores de todos os setores, secretarias, assessorias, departamentos e coordenadorias, dos seis campi da universidade. “Foram muitos encontros on-line para que fosse possível o levantamento e a análise das demandas. Tivemos todo um esforço para rever as normas da instituição, num processo em que pudéssemos ouvir as pessoas e construir coletivamente as resoluções. Não daria para pensar uma única norma para toda a Â鶹ÊÓƵ”, afirma Vicente.
 
Uma das principais marcas dessa nova gestão tem sido o contínuo movimento para articulação e implementação do ensino remoto emergencial na Â鶹ÊÓƵ, diante do cenário da pandemia de Covid-19. Como explica Elisa, “muito tempo foi dedicado a debatermos como se mudam parâmetros, atendendo a todas as possibilidades. Para que esse processo fosse possível, criou-se, com o apoio da Proae, Proex, DCE e sindicatos, a Comissão de Análise das Atividades Acadêmicas Emergenciais Â鶹ÊÓƵ/Covid-19, com 26 representantes - já fizemos mais de 50 reuniões até agora.”
 
A primeira ação foi a construção de um formulário que intencionou o conhecimento das condições da comunidade acadêmica para lidar com a possibilidade de retomada das atividades didáticas, ainda que remotamente e de modo emergencial. O mapeamento avaliou o contexto de saúde e segurança dos segmentos que compõem a Â鶹ÊÓƵ, bem como o acesso à internet, a recursos digitais e ao uso das tecnologias da informação e comunicação.
 
Após a consolidação e análise dos dados pela Comissão, as diretrizes foram aprovadas na Congregação e enviadas para debate no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão que, depois de cinco reuniões, aprovou a Resolução 007, que trata da implementação do Ensino Remoto Emergencial na Â鶹ÊÓƵ durante a pandemia. “São diversas as frentes de trabalho nesse sentido, como as orientações aos coordenadores de curso para readequação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos à resolução, ao lado da capacitação de professores e técnicos”, esclarece a pró-reitora.
 
Para auxiliar a comunidade acadêmica nessa nova frente, foi criado o site , que será mantido como espaço permanente de formação e capacitação continuadas. Também está sendo pensado um núcleo de apoio ao docente, com a orientação de monitores das áreas de Comunicação e Computação, para gravação e edição de vídeos.
 
Desafios e expectativas
 
Digo: o real não está na saída nem na chegada:
ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.
Guimarães Rosa
 
A Proen e Proen Adjunta têm trabalhado para diminuir a distância entre gestores e comunidade acadêmica, entendendo que a construção de soluções para as diferentes demandas da instituição depende do debate coletivo e do estreitamento de relações para a aproximação entre as pessoas. A seguir, análise detalhada dos pró-reitores a respeito dos desafios e expectativas decorrentes dessa linha de atuação:
 
ELISA: “O maior desafio é atravessar um momento em que você está se apropriando dos processos e já tem que mudar e se adaptar a um novo cenário, respeitando individualidades, com empatia e entendimento do que todos estamos passando. Ou seja, recriar soluções e propor algo diferente ao que já existe. O momento é de reconstrução, de quebra de paradigmas. Nós, docentes, temos que repensar tudo; os principais desafios, só vamos conhecer na prática. Na minha área (Computação), por exemplo, usar uma ferramenta para ajudar o aluno tem o seu benefício e algo de bom vai ficar, para além desse momento tão difícil. Mas ainda não estamos preparados, e teremos que nos adaptar.”
 
VICENTE: “A Universidade foi toda pensada para funcionar de forma presencial. Nosso primeiro desafio foi pensá-la de forma remota, de modo a garantir a segurança sanitária das pessoas, refazendo normas por meio dos diálogos possíveis. Um desafio é transformar nossa casa em escritório, porque tudo nela continua existindo como sempre existiu. A Â鶹ÊÓƵ terá que se preparar para um segundo momento, o da pós-pandemia, no qual vamos experimentar situações novas, que podem indicar mudanças positivas: a possibilidade de orientações remotas com orientandos, o melhor aproveitamento das tecnologias, a aproximação com os campi fora de sede. Diferente de outras gestões, nós, pró-reitores, não estamos liberados de dar aulas. Será um período de erros e acertos, baseado na tecnologia - não temos como garantir que tudo irá funcionar 100%.”
 
O futuro do presente
Outro grande estímulo à Proen é conseguir responder às dúvidas que vão surgindo no meio desses novos processos e debates. Essa “dinâmica acelerada” exige respostas que precisam ser buscadas no coletivo, o que vem sendo premissa da Pró-Reitoria. “A Universidade legitima sua existência quando se aproxima da sociedade, como escreveu Boaventura de Souza Santos”, lembra Vicente.
 
Nesse sentido, a Proen divulgou editais para seleção de supervisores e discentes do Programa Â鶹ÊÓƵ de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) e para a escolha de preceptores e residentes do Programa de Residência Pedagógica. “São programas que ajudam a formar nossos alunos da licenciatura, para que eles possam entender esse momento sob a perspectiva de quem está vivendo essa realidade: os professores, os alunos, e suas famílias. Ao mesmo tempo, é importante para a escola, pois ajuda aqueles professores que têm mais dificuldade com a tecnologia”, avalia Elisa.
 
Mais uma ação em curso é o encaminhamento da proposta de reestruturação da Comissão de Heteroidentificação ao Conselho Universitário. A proposta é fruto de debates conjuntos, com o objetivo de ampliar as discussões sobre cotas e questões étnico-raciais, sobre políticas de assistência para garantia da permanência dos ingressantes, e conscientização da comunidade acadêmica frente aos dilemas sociais da população negra no Brasil. “Pretendemos empoderar essa Comissão, para que ela não atue simplesmente na aferição da declaração que os alunos apresentam para ter direito a cotas raciais, mas para promover outras políticas na instituição para o combate ao racismo”, reforça Vicente.
 
Setores e principais demandas em andamento
Comissão Permanente de Vestibular - Copeve
Coordenação e realização do Sisu 2020/2, todo remoto (matrícula e seleção)
 
Divisão de Biblioteca - Dibib
Escolha do acervo digital de biblioteca
Todos os PPCs cadastrados no sistema, para levantamento do acervo e do que precisa ser comprado
Edital para compra de livros físicos e e-books
 
Divisão de Acompanhamento e Controle Acadêmico - Dicon
Realização de colação de grau remota
Cadastro de disciplinas
Execução dos processos acadêmicos do ensino remoto
 
Setor de Apoio Acadêmico - Seaca
Elaboração da acolhida a distância
Mostra de cursos de forma remota
Programa de bolsas e editais de monitoria
Edital Núcleo de Apoio ao Docente
 
Setor de Regulação e Legislação Educacional - Serle
Regulação e cadastro institucional e dos cursos de graduação da Â鶹ÊÓƵ junto ao MEC, para obtenção e regularidade dos respectivos atos autorizativos
Interlocução institucional junto às secretarias do MEC e ao Inep, no que tange aos processos avaliativos vinculados ao Sinaes
Apoio institucional aos procedimentos de avaliação in loco e do Enade
Orientação à comunidade universitária nas questões relativas à legislação educacional em geral e ao Censo da Educação Superior
 
Setor de Estágios - Sesta
Dia a dia de estágios de forma remota
 
Setor de Tecnologia Informacional e Educacional - Setec
Treinamento aos docentes
Apoio às ferramentas de webconferência
Gestão dos laboratórios de Informática
 
Comissão de Integração para Políticas de Formação de Professores da Educação Básica da Â鶹ÊÓƵ - Ciprof
Articulação entre os cursos de formação de professores da Educação Básica da Â鶹ÊÓƵ e os sistemas de ensino da região de abrangência da Universidade
 
 

2 - NTInf realiza atualização de sistemas na segunda-feira (31/8)

 
O Núcleo de Tecnologia da Informação (NTInf) informa que, na próxima segunda-feira (31/8), das 14h às 17h, realizará a atualização de versão dos sistemas SIGRH, SIPAC e SIGAA. Portanto, nesse período, os sistemas podem apresentar instabilidades.
 
 

3 - Â鶹ÊÓƵ divulga protocolo de biossegurança a ser adotado durante a pandemia

 
A Â鶹ÊÓƵ lançou na quinta-feira (27/8) o Protocolo de Biossegurança e Conduta para a Pandemia de Covid-19. O documento traz uma série de procedimentos a serem adotados para garantir a segurança das pessoas durante a retomada das atividades de maneira remota ou presencial. Elaborado pelo Comitê e subcomitês de Enfrentamento ao coronavírus, o conteúdo orienta quanto às formas de transmissão e precaução contra a contaminação.
 
De acordo com a presidente do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 Â鶹ÊÓƵ, a vice-reitora Rosy Ribeiro, as informações foram organizadas de forma a orientar o público no contexto de três diferentes situações, facilitando a adoção das medidas necessárias em cada caso.
 
Entrada nos prédios
O primeiro contexto aborda a entrada nos prédios dos campi durante o período emergencial, que será iniciado em 14 de setembro. Caso seja necessário acessar as dependências da Â鶹ÊÓƵ, as pessoas deverão se identificar e se registrar na portaria, usar a máscara de forma correta e higienizar as mãos com álcool 70%, utilizando os dispensers disponibilizados pela instituição ou o de uso individual. Estudantes, técnicos, professores e prestadores de serviço passarão por uma barreira sanitária e terão a temperatura aferida.
 
Se proteja
O conteúdo detalha ainda como as pessoas devem proceder para se protegerem e não se contaminarem. O guia ensina como usar a máscara e higienizar as mãos de forma correta. Também orienta quanto à vestimenta adequada, na qual se deve minimizar a utilização de objetos difíceis de serem desinfectados, como bolsas e bonés. Os cabelos longos deverão estar presos e mochilas serão guardadas em locais indicados. A atenção aos hábitos comportamentais finaliza esse tópico, pontuando a necessidade de evitar o contato físico, de não compartilhar objetos pessoais, manter o distanciamento de 1,5 metro, entre outras informações.
 
Ambiente seguro
A terceira situação trata do uso e desinfecção dos ambientes, orientando sobre a utilização de banheiros e bebedouros. Já os elevadores serão exclusivos para pessoas com deficiência, durante a pandemia.
 
O material traz ainda os cuidados que serão tomados quando as atividades presenciais forem aprovadas pelos Conselhos Superiores e ensina como preparar soluções sanitizantes, além de listar as unidades de saúde para atendimento prioritário para Covid-19, nas cidades em que a Â鶹ÊÓƵ está presente.
 
 

4 - Prédio do Lapip ficará sem energia na manhã da próxima segunda (31/8)

 
O Setor de Serviços Gerais (Seseg) comunica o desligamento da energia elétrica no prédio do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Psicossocial (Lapip), no campus Dom Bosco (CDB), na próxima segunda-feira (31/8), das 7h às 9h, para serviço de manutenção no transformador.  
 
 

5 - Comissão Eleitoral divulga homologação de candidaturas à CPPD

 
Nos termos do Edital 003/2020, de 19 de agosto de 2020, a Comissão Eleitoral da Â鶹ÊÓƵ torna pública a homologação dos candidatos inscritos à eleição de membros da Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD), conforme relação a seguir:
 
5 vagas para representantes gerais a serem eleitos pelos seus pares da Â鶹ÊÓƵ
Ana Karoline Ferreira Ignacio Camara
Erivelto Luis de Souza
Janaina Miranda Barbosa
Luiz Gustavo Monteiro Guimaraes
Natã Goulart da Silva
Ricardo de Oliveira Toledo
Washington Azevedo da Silva
 
1 vaga para representante do CSA a ser eleito pelos seus pares
Não houve inscritos
 
1 vaga para representante do CTAN a ser eleito pelos seus pares
Não houve inscritos
 
1 vaga para representante do CAP a ser eleito pelos seus pares
Sandro Adriano Fasolo
 
A eleição está marcada para o dia 3 de setembro de 2020, das 8h às 17h, de forma eletrônica, no endereço , bastando seguir as instruções em tela.
 
 

6 - Manual reúne dicas para otimizar o ensino remoto

 
comunidade acadêmica da Â鶹ÊÓƵ pode contar com uma ajuda extra no momento de iniciar os estudos do período emergencial, a partir de 14 de setembro. O projeto de extensão CCOnversando Saúde elaborou o Manual do Ensino Remoto, com orientações para que estudantes, professores e técnico-administrativos possam se adaptar mais facilmente à nova rotina. Os interessados em conhecer a cartilha podem acessar o material . 
 
O guia reúne dicas de ergonomia, organização do espaço, saúde mental, gestão do tempo, além de detalhes sobre como conciliar os estudos com hábitos saudáveis. Todo o conteúdo é fundamentado cientificamente, dando credibilidade às informações que buscam mostrar que é possível transformar esta situação em uma oportunidade de conhecer novas formas de aprendizado.
 
É o que explica o aluno integrante do CCOnversando Saúde e um dos responsáveis pela elaboração do Manual, Pedro Bergamini. “A cartilha traz orientações relacionadas aos fatores que influenciam o aprendizado, visando apresentar como realizar a adaptação do ambiente para se aproveitar ao máximo as aulas que serão ministradas”, explica.
 
Também integram a equipe do projeto os estudantes do curso de Medicina, do Campus Centro-Oeste Dona Lindu, Aluísia Tavares de Farias, Ana Luisa Souki Parreira, Larissa Ottoni Estevanin de Paula, Rodolfo Lucas Silva Mourato e Sarah de Farias Lelis, além dos professores Hygor Kleber Cabral Silva e Gustavo Machado Rocha.
 
Com o foco em educação e saúde, os autores do material se preocuparam ainda com a acessibilidade do conteúdo e a facilidade na leitura. Para isso, o texto foi dividido em tópicos e escrito em linguagem objetiva. De acordo com Pedro Bergamini, todas as pessoas interessadas podem ter acesso ao Manual, que foi construído com o intuito de trazer tranquilidade às pessoas, mostrando que há alternativas que podem tornar essa rotina mais fácil e proveitosa. “É tempo de superarmos desafios e é importante ter a certeza que a Ciência pode nos ajudar neste sentido”, conclui. 
 
 

7 - A Psicologia e a prática antirracista, solitária e solidária

 
Filippe Mello Lopes chegou a São João del-Rei em 2006 para cursar Psicologia na Â鶹ÊÓƵ. De lá pra cá, terminou a graduação, fez o mestrado, trabalha na área. É dele o relato de hoje da série Psicólogos e psicólogas da Â鶹ÊÓƵ*.
 
“Tinha como perspectiva sair de Belo Horizonte para o interior mineiro. São João ocupou lugar de desejo quando conheci a cidade numa excursão escolar e me apaixonei por suas ruas, vielas, travessas e arquiteturas. Desde minha chegada, fui morar em uma República, composta por mais três colegas (que se tornaram grandes amigos).
 
Na universidade, logo fui eleito representante de turma e me aproximei das ações do Centro Acadêmico. Em 2007 já compunha chapa do Centro Acadêmico e em 2009 fui indicado para ocupar a 1ª secretaria do DCE. No mesmo ano, comecei as atividades da extensão, acompanhando as reuniões do Conselho Municipal de Saúde (CMS-SJDR). Experiência de grande relevância que me oportunizou muitas vivências, como a ida para Brasília na Marcha Nacional dos Usuários dos serviços de Saúde Mental e na IV Conferência Estadual e Nacional de Saúde Mental, como delegado em ambas.
 
No ano de 2010 comecei a iniciação científica, já dando destaque para o que fazia brilhar meus olhos na Psicologia: a Reforma Psiquiátrica e a Luta Antimanicomial. Tive o professor Walter Melo como orientador, que compreendeu meu interesse em pesquisar, em especial, a saúde pública/mental no Brasil.
 
Formei em 2012 - o currículo da graduação noturna estimava seis anos e meio de curso, e assim o fiz, dada a necessidade de trabalhar durante o dia. Durante os primeiros anos, os trabalhos eram mais escassos, como trocar chuveiros e alguns “bicos” em carros de conhecidos - antes da Psicologia, minha profissão era a mecânica automotiva. Passei a fazer carretos e tal prática me sustentou durante os anos que se seguiram até a entrada no Mestrado.
 
Ao mesmo tempo, fazia estágio acompanhando dois jovens em duas escolas diferentes. Meu contrato era com as famílias dos jovens e isso me permitiu construir laços afetivos que carregarei durante toda a vida. Os aprendizados ultrapassaram o “saber técnico”. Junto a isso, ganhei mais uma língua, ao conhecer, conviver e aprender com a comunidade surda, depois me formando também em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
 
Ingressei em 2013 no Mestrado em Psicologia, sob orientação do professor Marcelo Dalla Vecchia, e vislumbrei a pesquisa e a carreira acadêmica como desejos. Defendemos, em 2015, a dissertação “As novas comunidades terapêuticas e as velhas políticas sobre Drogas no Brasil: um estudo de caso sobre a Aliança pela Vida”. No mesmo ano, entrei para a Secretaria de Saúde de São João del-Rei, como coordenador de Saúde Mental do município, o que me colocou a par de uma junção importante em minha vida: o encontro entre o “saber” e a “prática” da Psicologia. Passados 12 meses, assumi vaga em concurso público no município de São Tiago, buscando uma segurança necessária ao momento do nascimento de meu primeiro filho. Assumi o cargo de psicólogo!
 
Como conselheiro do XV Plenário do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), vivi três anos de ações como, por exemplo, inspeção das comunidades terapêuticas e dos hospitais psiquiátricos. Ao sair da gestão, fui convidado a compor a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP), local em que me encontro até o momento e que muito me alegra, por construir discursos e práticas em defesa das pessoas – todes elas, devido ao enorme fosso democrático, social e humanitário que vivemos no país, em especial, neste momento.
 
Já atuando com a psicologia clínica em São Tiago, abri meu consultório particular, tendo em vista a pluralidade da atuação do campo e que, mais uma vez, convoca à potência do fazer psicológico, ético e cuidadoso.
 
A Psicologia não só me permitiu conhecer esses mundos, como habitá-los e ter voz nos mesmos, ainda que de modo distinto de uma parte da Psicologia (branca e mais abastada economicamente). Sendo eu negro, filho de pais trabalhadores e sempre tendo em vista que precisava “ser o melhor”, me construí e me permiti também ser construído a partir dos discursos e construtos da Psicologia ensinada na Â鶹ÊÓƵ. Ainda que até hoje não tenha muito “cabimento” em vários espaços acadêmicos, pude conhecer outros, em especial os movimentos sociais da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial e que me ofereceram esse lugar de “pertença e referência”. Com os loucos, na rua, construindo uma liberdade possível.
 
Ainda que sustente meu desejo de ocupar uma cadeira de docente em Psicologia da Â鶹ÊÓƵ, sei que será ainda uma longa e árdua jornada. Todavia, tenho a certeza que a Psicologia (a que recebi e a que ofereço) é a prática que pode nos libertar dos sofrimentos que nos acompanham, como o racismo, o despertencimento, o não-lugar, a revolta gerada pelo racismo. Assim, se existe algo que posso e me autorizo a fazer, este algo é agradecer. Pelo que vivi e pelo que aprendi, para operar, com minhas próprias formas, um fazer da Psicologia pautada numa prática antirracista, solitária, e, sobretudo, solidária ao que o outro traz como sofrimento."
 
* Acompanhe no e da Universidade a série especial "Psicólogos e psicólogas da Â鶹ÊÓƵ", em homenagem ao Dia do(a) Psicólogo(a), 27 de agosto.
 
Confira a matéria com foto no nosso site
 
 

8 - A primeira colação de grau virtual a gente não esquece

 
Júlio, Alander, Cássio, Miguel, Paula Daniele, Sabrina, Henrique, Lívia, Matheus, Carolina, Matheus Augusto, Vinícius, Nayara, Larissa, Morganna, Brendo, Carlos Eduardo, Daniel, Bárbara, Leonan, Luma.
 
Vinte e um formandos, de 10 cursos de graduação, na segunda colação de grau remota da Â鶹ÊÓƵ. Porque a primeira foi exclusiva, para o Álvaro Vieira, da Engenharia Elétrica, no dia 10 deste mês, presidida pela pró-reitora de Ensino de Graduação, Elisa Tuler. Ontem, dia 26, Elisa também compunha a mesa que outorgou o grau acadêmico à primeira turma da Â鶹ÊÓƵ que se graduou virtualmente.
 
A presidente da cerimônia foi a vice-reitora Rosy Ribeiro, acompanhada pelo diretor da Dicon, José Roberto Ribeiro, e os coordenadores dos cursos dos alunos que se graduavam na tarde da última quarta. Além de remota, foi uma colação multicampi, extraordinária, por ter sido realizada em situação diferente daquela normatizada pelo Conep ao longo do calendário acadêmico. Não menos solene, porém: o rito foi seguido, conduzido pela relações públicas da Â鶹ÊÓƵ, Darlyanne Caldas; havia cenários festivos em algumas salas, assim como houve formandos recebendo o grau em seus locais de trabalho, paramentados de acordo com as regras de segurança relativas à Covid-19; a ata foi assinada eletronicamente, por meio de sistema desenvolvido pelo NTInf; e os documentos oficiais serão enviados para o e-mail dos formandos.
 
A celebração para esta grande conquista pode vir quando a circulação for liberada nos campi da Â鶹ÊÓƵ. Não faltará ânimo nem empenho para, por exemplo, a produção fotográfica, adiada devido à pandemia, quando se puder ir à Dicon buscar os diplomas de graduação. Pois, como escreveu a poeta, “o que a memória ama fica eterno.” E os anos na Universidade são matéria de amor para a memória de cada um! 
 
 

9 - O verde no contexto urbano

 
Entrevista com o professor Luiz Miguel Martins, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal
 
Dentro da programação do do curso de Engenharia Florestal, do campus Sete Lagoas, vem acontecendo uma série de apresentações de pesquisadores de renome na área. Um dos convidados especiais é o professor português Luiz Miguel Ferreira Pontes Martins. Engenheiro florestal com doutoramento em Ciências Florestais/Patologia Florestal, é professor auxiliar do Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Diretor do mestrado em Engenharia Florestal na mesma Universidade, entre outras atividades de um extenso currículo científico, ele falará nesta quinta-feira, a partir das 18h, sobre o tema A floresta urbana e sua contribuição para a sustentabilidade. Na entrevista a seguir, o pesquisador explica a importância da floresta urbana, o esgotamento dos recursos florestais e a importância de eventos como o Ciclo Virtual de Palestras Floresta em Rede.
 
Em seus trabalhos, o senhor tem focalizado a floresta urbana. O que é, em linhas gerais, esse conceito?
Professor Luiz Miguel: O conjunto de infraestruturas verdes no espaço urbano, do qual fazem parte a vegetação arbórea e arbustiva. Essa estrutura verde é fundamental para a qualidade de vida de cidadão.
 
O que a floresta urbana pode ensinar às cidades contemporâneas e às do futuro?
Professor Luiz Miguel: A estrutura verde no contexto urbano deve ser tido com um dos elementos essenciais à qualidade de vida do cidadão. Tal como a organização do sistema de saúde, educação, cultura ou segurança, a área verde numa cidade deve ser planejada, considerando que tem uma importância no mínimo idêntica às outras organizações do espaço. Só assim a qualidade de vida do cidadão fica a ganhar por passar a estar mais enquadrada com um ambiente mais próximo do natural, onde o Homem encontra a sua própria essência.
 
Como o senhor vê a gestão atual dos recursos florestais no mundo?
Professor Luiz Miguel: O esgotamento dos recursos florestais é também consequência da mudança dos paradigmas da economia e do êxodo rural. É importante que sejam promovidas a economia circular e alternativas à exploração intensiva de madeira, pecuária ou agricultura de monocultura. As atividades devem ser sustentáveis, e que contribuam para a melhoria da qualidade de vida do Homem e evitem que este tenha necessidade de emigrar para os aglomerados urbanos. O turismo de natureza, a apicultura, a comercialização de frutos silvestres, plantas aromáticas e medicinais, são alguns exemplos. O pagamento pela preservação do solo, da água, pelo sequestro de carbono é um tributo que deve ser encarado também numa perspetiva de sustentabilidade económica e do aumento do emprego em territórios de baixa densidade populacional.
 
O senhor, já há algum tempo, desenvolve projetos de pesquisa com grandes espécies arbóreas. Como o aquecimento global tem interferido na vida dessas espécies?
Professor Luiz Miguel: Mais que o aquecimento global, o declínio de muitas manchas arborizadas nas cidades, deve-se a infraestruturas verdes mal planejadas e à deficiente manutenção destes espaços.
 
O I Ciclo Virtual de Engenharia Florestal da Â鶹ÊÓƵ - Floresta em Rede, foi todo organizado por estudantes. Como avalia eventos como esse?
Professor Luiz Miguel: São sempre iniciativas muito válidas. Os estudantes devem ainda ser incentivados para que estes debates possam extravasar as fronteiras da Universidade, abarcando outros setores da sociedade. Só com um debate alargado é possível estruturar soluções técnicas inovadores e conciliadoras com vários interesses.
 
 

10 - Ciclo de palestras do Defim discute otimização do tempo

 
O Departamento de Estatística, Física e Matemática (Defim), do Campus Alto Paraopeba, está planejando um workshop sobre gestão do tempo. A atividade, que faz parte da programação do ciclo de palestras virtuais do Defim, será dividida em duas etapas. O convidado é o professor da Universidade Federal do Sul da Bahia, Marco Antônio Amaral, que vai falar sobre o tema Otimização do tempo: aprendendo mais com menos tempo.
 
Ao final do curso, espera-se que cada participante desenvolva e organize um sistema pessoal de gerenciamento de tempo, que se adapte exclusivamente à sua realidade. Estão previstas duas sessões virtuais. A primeira, na quarta (2/9), às 19h30. E a segunda, uma semana depois, no mesmo horário. Confira, a seguir, os links para inscrições e para a sala virtual:
 
Quarta-feira, 2 de setembro, às 19h30
Sala Virtual:
Inscrições:
 
Quarta-feira, 9 de setembro, às 19h30
Sala Virtual:
Inscrições:

Última atualização: 28/08/2020