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                                                                                                                                                                   Acervo: André Dangelo

 

       Há indícios de que o terreno onde o casarão foi construído pertencera a Pedro de Alcântara de Almeida, falecido em 1815. É quase certo que, senão todos, um de seus filhos, mais provavelmente Francisco de Paula de Almeida Magalhães, falecido em 1848, tenha sido quem de fato mandou construir o casarão.

       Em 1877, o jornal Arauto de Minas certamente se referia a este casarão quando anunciava: Aluga-se ou vende-se um grande e bonito sobrado no Largo do Carmo, em frente à Igreja. Em 1910 o jornal O Repórter noticia um começo de incêndio no grande prédio do Sr. Pedro Alves Moreira cujo pavimento inferior é ocupado pela importante fábrica de calçados e pelos vastos armazéns da Firma Torga & Irmãos.

       Faz parte da história do Solar o fato de ter servido de quartel de um contingente militar e de hospedaria para imigrantes italianos quando aqui chegaram em 1888. Sabe-se também que o mesmo casarão abrigou o Colégio Conceição, fundado em 1881.

       O Barão de Itaverava, Alexandre José da Silveira, nascido em Passa Quatro, radicou-se na Fazenda da Ponta do Morro (Tiradentes), tendo adquirido vários imóveis em São João del-Rei. Recebeu o título em 1854, tendo exercido a presidência da Câmara. Casou-se duas vezes sem deixar herdeiros. Faleceu em 1880, tendo sido sepultado no Cemitério do Carmo. Dos testamentos ou de quaisquer outros papéis conhecidos, seja do Barão, seja de ambas as Baronesas, nada consta que se refira ao casarão. É possível que, após a morte do Barão tenha ali residido a Baronesa Ana Eugênia, fato que fez o sobrado se tornar conhecido como " Solar da Baronesa (extraído de texto do Prof. Antônio Gaio Sobrinho, membro do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei).

 


Características histórico-arquitetônicas


        O imóvel é de grande importância histórica e arquitetônica, possui características que o destaca dos demais daquele período, fazendo parte do conjunto urbano tombado pelo IPHAN em 1938 e delimitado em 1947. Possui arquitetura colonial típica dos casarões urbanos, com belas ornamentações tanto externas quanto internamente. Construído no início do século XIX, pôr volta de 1810 e 1830, o casarão possui 3 pavimentos de grandes dimensões.No 1º funcionava um espaçoso armazém, cujas paredes estruturais de pedra destacam-se no conjunto; imponentes arcos, com arremates de tijolos setorizam o espaço. A entrada para o 2º pavimento é independente, através de uma escadaria de madeira, a qual nos leva a uma sala e vários quartos.. Já o 3º pavimento - uma água furtada ou alteado sobre o último piso da construção - abriga um único cômodo, fazendo um jogo de telhados muito bonito. Neste pavimento é interessante perceber que a empena recebe uma proteção externa feita com a própria telha cerâmica, uma solução contra infiltração, muito usada em Ouro Preto.

       O Solar abrange toda a frente do quarteirão, de uma esquina a outra, sendo marcado pelo ritmo de seus vãos, pelo jogo de telhados e sua imponência. A fachada principal é simétrica, possuindo no 1º pavimento grandes portais , abertos nas espessas paredes de pedra, com socos de pedra, marcos de madeira maciça, verga em canga de boi e com sobreverga alteada. Os vãos do 2º pavimento se alinham com os do 1º, por janelas sacadas de parapeito corrido de ferro, que fazem bonitos desenhos no guarda-corpo. Estas sacadas corridas marcam a fachada com horizontalidade, ressaltando sua grande dimensão e servindo como um contraponto à verticalidade dos vãos. Todos os vãos possuem bandeira fixa de caixilhos de vidro e portas de madeira com almofadas. (Extraído de texto de Zuleica Teixeira Lombardi – arquiteta e urbanista).


Última atualização: 23/03/2017