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ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Análise Ambiental e Territorial

A área de concentração do PPGeog “Análise Ambiental e Territorial”, conforme apresentado anteriormente, contempla três linhas de pesquisa: “Dinâmica das Paisagens Tropicais”, “Dinâmica do Espaço Rural e Urbano” e “Geografia Escolar: Formação de Professor e Educação Geográfica”, de acordo com a trajetória acadêmica do grupo de professores proponentes do Programa, e as perspectivas que se abrem a partir do trabalho acadêmico. A proposta desta área de concentração, na perspectiva da Análise Ambiental e Territorial, em que se destacam os temas de pedogeomorfologia, desnudação geoquímica da paisagem natural, de diagnóstico e monitoramento ambiental de áreas protegidas com enfoque geoecológico visando o impacto do ecogeoturismo; de produção tecnológica para análise ambiental, de desenvolvimento de métodos diagnósticos e mapeamento de riscos naturais e susceptibilidade erosiva de ambientes periurbanos, justifica-se em função das demandas e desafios ligados a permanente e intensa expansão das atividades socioeconômicas, transformando o espaço natural sem o conhecimento aprofundado da dinâmica sistêmica do meio físico, notadamente a pedogeomorfológica e a geoecológica. Os desdobramentos em termos de impactos ambientais dessa intensificação são notórios em diversas escalas territoriais, na dinâmica sócio espacial ligada ao uso agrícola e do solo urbano, aos processos de modernização rural e urbana, às repercussões territoriais ocasionadas pelas transformações políticas e econômicas e suas consequências para a divisão territorial do trabalho e movimentos populacionais. O Ensino de Geografia, compondo uma das linhas de pesquisa da área de concentração, volta-se para a formação de professores, à cartografia escolar, ao currículo e à prática de ensino, além da sua avaliação pedagógica, buscando refletir e construir conteúdos e metodologias de forma colaborativa com a escola básica.

LINHA DE PESQUISA: Dinâmica das Paisagens Tropicais

Estudos geomorfológicos e pedológicos buscam interpretar e compreender a gênese das formas do relevo, em diversas escalas, apresentando grande relevância para o conhecimento da evolução da superfície da Terra, fornecendo subsídios para a realização de projetos para seu uso e ocupação. Também auxiliam na compreensão sobre a interação entre os diversos elementos e fatores envolvidos na evolução da paisagem, possibilitando o entendimento da dinâmica dos ambientes terrestres, notadamente as paisagens tropicais. Embora avanços extraordinários do conhecimento, incluindo técnicas e instrumentalização e representação espacial utilizadas para a análise da evolução do relevo, tenham ocorrido nos últimos anos, ainda não é absolutamente claro como o clima e outros fatores do meio físico-biótico afetaram e continuam afetando a evolução do relevo. Um dos fatores importantes na mudança do relevo, tendo em vista seu aspecto de atuação contínua, mesmo que altere suas características ao longo do tempo, é o clima. Sabe-se que a atuação do clima produz variações nas taxas de intemperismo, na pedogênese, na perda erosiva e geoquímica, afetando o modelado do relevo, a distribuição dos recursos minerais, hídricos, a cobertura vegetal e a distribuição ecológica dos seres vivos. Nesse sentido, o estudo da geodiversidade, como um novo instrumento de compreensão e valoração da paisagem e dos impactos ocasionados pelo homem, é entendido como a “diversidade de elementos geológicos, geomorfológicos e edáficos que evidenciam a história da Terra, sugerindo a inclusão dos processos paleobiológicos ou paleoambientais, bem como os processos geológicos, geomorfológicos ou edáficos, que têm lugar na atualidade, dentro do escopo deste conceito” Além disso, estudos de diagnóstico e avaliação dos recursos naturais visando à aplicação dos métodos e técnicas em Geografia na compreensão das intervenções antropogênicas no meio físico também serão fortemente incentivadas. Como exemplo dessas possibilidades cita-se a investigação das combinações entre características do relevo, do clima, da vegetação, dos solos e do uso da terra, com incêndios recorrentes em áreas rurais e seus desdobramentos ambientais. Dessa maneira, procura-se integrar as diversas áreas de atuação da Geografia.
 

LINHA DE PESQUISA: Dinâmica do Espaço Rural e Urbano

Esta linha de pesquisa investiga as atuais dinâmicas dos espaços urbano e rural, analisando a articulação entre o processo de desenvolvimento e o território nas escalas local, regional, nacional e global. As pesquisas devem buscar compreender e cartografar a lógica de funcionamento dos circuitos espaciais de produção e dos círculos de cooperação no espaço no atual período histórico. O processo de ocupação do território brasileiro, que se transforma e se moderniza, implica no crescimento e no deslocamento da população de forma intensa, modificando as dinâmicas de ocupação ao longo do tempo. A investigação das dinâmicas espaciais agrícolas e urbanas, dos processos produtivos e das relações sociais que se estabelecem em diferentes lugares deve contribuir para a reflexão sobre as ações políticas que ocorrem em nível local, regional e nacional. A compreensão da organização regional e do seu desenvolvimento deve, necessariamente, passar pelo entendimento das transformações do mundo e das dinâmicas do território brasileiro na atualidade.

LINHA DE PESQUISA: Geografia Escolar: Formação de Professor e Educação Geográfica

A Geografia Escolar tem como função social contribuir com o desenvolvimento da criticidade, autonomia e criatividade do educando, com a cidadania. Esta resulta de cidadãos criativos, participativos e que questionam a realidade e (re)constroem os direitos democráticos. É fundamental saber ler e compreender o mundo e o contexto em que se vive. Esse saber mediado pela educação geográfica depende da interação de vários fatores, entre eles o conhecimento prévio que se tem sobre a realidade, o conhecimento científico sistematizado construído na escola e na academia, a vivência participativa e significativa na/da dinâmica escolar, entre outros. A educação geográfica contribui para que os alunos reconheçam a ação social e cultural de diferentes lugares, as interações entre as sociedades e a dinâmica da natureza que ocorrem em diferentes momentos históricos. A formação inicial e continuada de professores, atenta a essa função social da geografia escolar, demanda reflexões referentes aos saberes docente e discente, ao currículo, às dificuldades e potencialidades dos discentes frente às questões de ensino e aprendizagem dos conteúdos de geografia e da interpretação do espaço geográfico contemporâneo. Portanto, a presente linha de pesquisa constitui tempo e espaço para reflexão referente a currículos, a ações inerentes à prática docente e ao ensino de geografia e sobre a geografia escolar, a educação geográfica e áreas afins, como cartografia escolar e educação inclusiva, para atuar em diferentes níveis de ensino, atento às demandas sociais e ambientais da sociedade moderna. Esta linha busca desenvolver trabalhos referentes às temáticas “formação de professores”, “currículos e programas”, “representação espacial e linguagens”, “saberes e
práticas docentes”, “conteúdos e métodos”, “ensino e aprendizagem de geografia”. A referida linha tem como objetivo formar sujeitos capazes de estudar e pesquisar:

• Realidades curriculares no âmbito da formação inicial, básica e da sala de aula;
• Saberes docentes e práticas educativas no contexto da educação geográfica.
• Aportes didático-pedagógicos geográficos importantes nas ações educativas desenvolvidas no ambiente escolar e também na formação do professor;
• Material didático geográfico que permite a sociedade ler os códigos geográficos, seus fenômenos e suas linguagens, com o intuito de saber pensar geograficamente o espaço em que vive.
 


Última atualização: 20/06/2023